A SRS Legal realizou, no dia 22 de novembro - em parceria com a Eurotransporte - a segunda de quatro palestras dedicadas ao tema das novas tendências da mobilidade.
Subordinada ao tema Desafios da Transição Modal, a apresentação inicial - à qual pode aceder, aqui - esteve a cargo de Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal. Seguiu-se a de Miguel Rebelo de Sousa, diretor-executivo da Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias, que pode consultar aqui. A moderação ficou a cargo de Alexandre Portugal, da COBA, SA. E a abertura e fecho do evento foram feitas por Alexandre Roque, sócio da SRS Legal.
Carlos Fernandes sublinhou a importância do contributo do modo ferroviário para cumprir os objetivos nacionais e europeus impostos pelos desafios climáticos, salientando a necessidade de encontrar uma repartição modal mais alinhada com estes mesmos objetivos. O vice-presidente da Infraestruturas de Portugal mencionou os investimentos que têm vindo a ser feitos e os que estão previstos acontecer ao longo da próxima década e apontou como constrangimentos, em especial na linha do norte, a falta de capacidade e de competitividade da ferrovia face a outros modos de transporte. Sobre a alta velocidade, explicou que será um sistema totalmente integrado na bitola ibérica, em articulação com a rede ferroviária convencional, podendo, eventualmente, mais tarde, ser feita a migração de bitola se for necessário. Neste momento, defendeu, a bitola ibérica já não tem desvantagens no que à velocidade diz respeito, permitindo, pelo contrário, a ligação com a rede espanhola.
Por seu turno, Miguel Rebelo de Sousa, diretor-executivo da APEF, deu conta do trabalho que tem vindo a ser feito pela associação que representa, na senda da promoção da igualdade entre a rodovia e a ferrovia, com o objetivo de aumentar a quota modal da ferrovia para 30% em 2030. O responsável apontou que mais do que um desafio, o transporte ferroviário pode ser visto como uma oportunidade, não esquecendo que tem de ser prestado um serviço que acrescente valor ao cliente, numa altura em que o preço ainda é um fator crítico, pelo que, apelou, é necessário haver uma parceria entre as partes envolvidas para efetivar a transição modal.